Review Nostálgica: Miami Nights - Java Game

Primeira matéria sobre os Jogos Java aqui no blog, espero que gostem dessa review nostálgica da geração de celulares antes da década de 2010.

Estamos no ano 200X, celulares de tela colorida bombando e em diferentes formatos, funções e entretenimento. Antes do Android, os jogos ainda eram em java e o arquivo pesava no máximo 250Kb. 
Hoje, isso não significa muita coisa, mas na época, esse pequeno tamanho não tirava a graça do jogo, e a gente se divertia MUITO, eu particularmente passava horas jogando, olhando para uma telinha que geralmente não passava de um pedaço de 1/6 da tela dos celulares de hoje. Era o que tínhamos... e era muito bom!

Se tratando de jogos mobile, foi uma safra sensacional: Townsmen e suas sequências, Asphalt Urban GTPub Mania, Real Football, Donald Duck: Chaos on the Road, Midnight Pool, Seal Team 6, Fish Tycoon, Ragnarok Mobile, uma porrada de jogos arcade, aplicativos de variadas funções, que iam desde bate papo via bluetooth até leitores de arquivos de texto... Lembro também que li um livro inteiro do Stephen King em um desses aplicativos. 
Lógico que tinha que colocar pedaço por pedaço em arquivo de texto, já que o armazenamento do meu celular na época não passava de uns 20-30MB. Hoje temos armazenamento interno na casa dos GB.

Recentemente reinstalei o aplicativo J2ME Loader para Android e emulei um dos jogos que mais joguei: Miami Nights: Singles in the City, da Gameloft (2006). Pertencia a uma mesma família de jogos de simulação cujos membros eram: New York Nights, Miami Nights, Miami Nights 2, Paris Nights, Las Vegas Nights, inclusive a versão exclusiva Tokyo Nights, lançada apenas no Japão. Foram lançadas subsequências desses títulos, tinham mais funções mas não achei tão bons quanto os primeiros. Rolou também um com a temática de universidade, o Crazy Campus.

O jogo é de simulação de vida e se passa logicamente em Miami, onde você vai de um zé ninguém, que é ameaçado constantemente pelo proprietário da sua casa alugada, passa por vários perrengues até se tornar uma celebridade (ou jetsetter, como classifica o jogo), praticamente tudo se desenrola muito bem quando seu personagem descobre que tem algo bastante valioso na sua casa.

Antes disso são várias missões para cumprir, desde lavar pratos para pagar o aluguel, seduzir mulheres e fazer amizade com um DJ famoso para que ele vá tocar na festa de inauguração sua casa nova. Dá pra viver como mendigo também e ir parar na cadeia.
O grau de personalização do jogo é muito grande, esse que é o diferencial dele, vai desde modelos e cores roupa, cabelo, papéis de parede e piso dos cômodos da casa e móveis. São em torno de 60 roupas, entre calças e camisetas em umas 7 cores diferentes.

No jogo também é possível brigar, namorar e também fazer o que você está pensando (aparece um mosaico censurando, é claro), encher a cara de birita e ficar loucão. Os níveis de amizade vão até 5 estrelas, se você conseguisse desenrolar um beijo, a amizade se tornava relacionamento amoroso, as estrelas se transformavam em corações. A partir de 2 estrelas você poderia salvar um contato para marcar novos encontros.
Para um game em Java em 2006, realmente era muita coisa. Os desenvolvedores fizeram mágica. Miami Nights foi um verdadeiro The Sims para celular.
Eita!

Eram em torno de uns 20 locais diferentes no mapa. Tem praias, bares, restaurantes, museus e locais que são acessados somente se tiver um certo grau de beleza. Tem até beco onde moram um casal de mendigos e um traficante de dorgas ou "estimulantes/vitamins" na literatura do jogo.

O bom era que você zerava e poderia continuar a jogar, pois praticamente não tinha fim depois que você se tornava um jetsetter. A cada local que você acessava, apareciam mais e mais pessoas aleatórias, se quisesse mantê-la no mapa, era só fazer amizade e salvar na sua agenda telefônica com capacidade para armazenar mais ou menos 8 contatinhos.

Haviam três mudanças do esquema de cores no cenário: dia, noite e crepúsculo.

Na época eu achava esse jogo uma coisa surpreendente e só vivia falando bem, não lembro se o era tão famoso assim, mas com certeza foi um dos que mais gostava. Custava (se não estou enganado) uns R$ 3 ou 4, mas era possível baixar de graça em sites como o Dedomil ou Phoneky. Esses sites ainda funcionam hoje em dia.
Uma patricinha dando pití na recepção do hotel que só é aberto a jetsetters.
Lembro que concluí esse jogo em torno de uma semana, mas continuei jogando por mais uns 2 anos ou mais até trocar de celular. Foi uma coisa realmente fora de série! Fizeram até uma versão para Nintendo DS, mas que parecia uma cópia do The Sims, não tem o mesmo design cartoonizado e em pixel art da versão em Java, que é todo o diferencial estético.
Miami Nights com certeza foi um game muito bem feito e a Gameloft bem que poderia fazer uma nova versão desse jogo para celulares Android/iOS. Enquanto não temos, o bom é que podemos usar emuladores de Java para nos divertirmos novamente com essas pérolas no Android ou no PC.

Gameplay em Português do Miami Nights:

E você? Qual jogo Java dos anos 2000's-2010's te deixou saudades? Escreve aí nos comentários! 
Até a próxima.

Ace, o Millenial.

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